quarta-feira, 28 de novembro de 2012

Quando o remédio é escrever | Mente e Cérebro | Duetto Editorial

Interessante artigo de Jessica Wapner sobre os efeitos terapêuticos da escrita divulgada através dos blogs alvo dos pesquisadores

"A busca por uma vida mais saudável pode ser um dos motivos do enorme aumento do número de blogs. Estima-se que sejam cerca de 3 milhões por todo o planeta. Cientistas e escritores há anos conhecem os benefícios terapêuticos de escrever sobre experiências pessoais, pensamentos e sentimentos. Mas, além de servir como um mecanismo para aliviar o stress, expressar-se por meio da escrita traz muitos benefícios fisiológicos. Pesquisas mostram que com a prática da escrita é possível aprimorar a memória e o sono, estimular a atividade dos leucócitos e reduzir a carga viral de pacientes com aids e até mesmo acelerar a cicatrização após uma cirurgia. Um estudo publicado na revista científica Oncologist mostra que pessoas com câncer que escreviam para relatar seus sentimentos logo depois, se sentiam muito melhor, tanto mental quanto fisicamente, em comparação a pacientes que não se deram a esse trabalho."

Leia o artigo completo aqui:
Quando o remédio é escrever | Mente e Cérebro | Duetto Editorial

domingo, 25 de novembro de 2012

Arcadismo - respostas



GABARITO
1)    D
2)    C
3)    D
4)    C
5)    E
6)    D
7)    D
8)    A
9)    A
10) C
11) D

Arcadismo - ITA, Mackenzie, UEL, UFMG,UFV


1. (Ita) Dadas as afirmações:

I) "Uraguai", poema épico clássico que antecipa em várias direções o Romantismo, é motivado por dois propósitos indisfarçáveis: exaltação da política pombalina e antijesuitismo radical.
II) O(A) autor(a) do poema épico "Vila Rica", no qual exalta os bandeirantes e narra a história da atual Ouro Preto, desde a sua fundação, cultivou a poesia bucólica, pastoril, na qual menciona a natureza como refúgio.
III) Em "Marília de Dirceu", Marília é quase sempre um vocativo; embora tenha a estrutura de um diálogo, a obra é um monólogo - só Gonzaga fala, raciocina; constantemente cai em contradição quanto à sua postura de pastor e sua realidade de burguês.

Est(á) (ão) correta(s):
a) Apenas I
b) Apenas II
c) Apenas I e II
d) Apenas I e III
e) Todas

2. (Mackenzie) Assinale a alternativa que NÃO apresenta um trecho do Arcadismo brasileiro.

a) "Se sou pobre pastor, se não governo
Reinos, nações, províncias, mundo, e gentes;
Se em frio, calma, e chuvas inclementes
Passo o verão, outono, estio, inverno;"

b) "Destes penhascos fez a natureza
O berço em que nasci! oh quem cuidara,
Que entre penhas tão duras se criara
Uma alma terna, um peito sem dureza!"

c) "Meu ser evaporei na lida insana
Do tropel das paixões que me arrastava,
Ah! cego eu cria, ah! mísero eu sonhava
Em mim, quase imortal, a essência humana!"

d) "Não vês, Nise, este vento desabrido,
Que arranca os duros troncos ? Não vês esta,
Que vem cobrindo o Céu, sombra funesta,
Entre o horror de um relâmpago incendido?"

3. (Mackenzie) Sobre o Arcadismo no Brasil, é incorreto afirmar que:
a) Cláudio Manuel da Costa, um de seus autores mais importantes, embora tenha assumido uma atitude pastoril, traz, em parte de sua obra poética, aspectos ligados à lírica camoniana.
b) em "Liras de Marília de Dirceu", Tomás Antônio Gonzaga não segue aspectos formais rígidos, como o soneto e a redondilha em todas as partes da obra.
c) nas "Cartas Chilenas", o autor satiriza Luís da Cunha Menezes por suas arbitrariedades como governador da capitania de Minas.
d) Basílio da Gama, em "O Uraguai", seguiu a rígida estrutura camoniana de "Os Lusíadas", usando versos decassílabos em oitava-rima.
e) "Caramuru" tem, como tema principal, o descobrimento da Bahia por Diogo Álvares Correia, apresentando, também, os rituais e as tradições indígenas.

4. (Uel) Os poemas de Cláudio Manuel da Costa e Tomás Antônio Gonzaga foram escritos:
a) em reação ao sentimentalismo romântico, contrapondo-lhe sua linguagem clara e equilibrada.
b) ainda dentro do espírito barroco, conforme o atestam sua religiosidade conflituosa e seu estilo artificial.
c) à época da Inconfidência Mineira, relacionando-se intimamente com os ideais desse movimento.
d) em meados do século XIX, dedicando-se à propagação dos ideais da Contra-Reforma.
e) em apoio à consolidação de nossa recente Independência, contra a qual ainda se insurgiam grupos descontentes.

5. (Uel) Assinale a letra correspondente à alternativa que preenche corretamente as lacunas do trecho apresentado.

Simplificando a linguagem lírica de Cláudio Manuel da Costa, mas evitando igualmente a diluição dos valores poéticos no sentimentalismo, as ...... mais densas, dedicadas a ......, fizeram de ...... uma figura central do nosso Arcadismo.

a) crônicas - Marília - Dirceu
b) crônicas - Gonzaga - Dirceu
c) sátiras - Dirceu - Gonzaga
d) liras - Gonzaga - Dirceu
e) liras - Marília - Gonzaga

6. (Uel) Tomás Antônio Gonzaga certamente adotou os valores da poesia neoclássica, mas em MARÍLlA DE DIRCEU
a) percebe-se o quanto o poeta desprezava as convenções do bucolismo literário.
b) ainda ocorrem torneios de linguagem nitidamente barrocos.
c) a sátira ao Governador de Minas faz lembrar os momentos mais ferinos de Gregório de Matos.
d) a convenção bucólica combina-se com um confessionalismo amoroso que já foi reconhecido como pre-romântico.
e) a amada do poeta deixa de ser associada à figura convencional da pastora.

7. (Uel)
            Sou pastor; não te nego; os meus montados
            São esses, que aí vês; vivo contente
            Ao trazer entre a relva florescente
            A doce companhia do meu gado.

Nos versos anteriores, de Cláudio Manuel da Costa, exemplifica-se o seguinte traço da lírica arcádica:
a) valorização das circunstâncias biográficas do poeta.
b) imaginação delirante de paisagens exóticas.
c) valorização das classes humildes, opostas às aristocráticas.
d) representação da natureza amena e do sentimento bucólico.
e) representação da natureza como espelho das fortes paixões.

8. (Ufmg) Leia o soneto que se segue, de Cláudio Manuel da Costa.

            Pastores, que levais ao monte o gado,
            Vede lá como andais por essa serra;
            Que para dar contágio a toda a terra,
            Basta ver-se o meu rosto magoado:
           
            Eu ando (vós me vedes) tão pesado;
            E a pastora infiel, que me faz guerra,
            É a mesma, que em seu semblante encerra
            A causa de um martírio tão cansado.

            Se a quereis conhecer, vinde comigo,
            Vereis a formosura, que eu adoro;
            Mas não; tanto não sou vosso inimigo:
           
            Deixai, não a vejais; eu vo-lo imploro;
            Que se seguir quiserdes, o que eu sigo,
            Chorareis, ó pastores, o que eu choro.

Todas as alternativas contêm afirmações corretas sobre esse soneto, EXCETO
a) O poema opõe um estilo de vida simples a um estilo de vida dissimulado.
b) A palavra "guerra" enfatiza a recusa da pastora a corresponder aos afetos do poeta.
c) O sentido da visão é o predominante em todas as estrofes do poema.
d) A expressão "para dar contágio a toda a terra" revela a intensidade do sofrimento do pastor.


9. (Ufv) Leia o texto a seguir e faça o que se pede:

Ornemos nossas testas com as flores
E façamos de feno um brando leito;
Prendamo-nos, Marília, em laço estreito,
Gozemos do prazer de sãos amores.
Sobre as nossas cabeças,
Sem que o possam deter, o tempo corre,
E para nós o tempo, que se passa,
Também, Marília, morre.
            (TAG, MD, Lira XIV)

Todas as alternativas a seguir apresentam características do Arcadismo, presentes na estrofe anterior, EXCETO:
a) Ideal de ÁUREA MEDIOCRIDADE, que leva o poeta a exaltar o cotidiano prosaico da classe média.
b) Tema do CARPE DIEM - uma proposta para se aproveitar a vida, desfrutando o ócio com dignidade.
c) Ideal de uma existência tranqüila, sem extremos, espelhada na pureza e amenidade da natureza.
d) Fugacidade do tempo, fatalidade do destino, necessidade de envelhecer com sabedoria.
e) Concepção da natureza como permanente reflexo dos sentimentos e paixões do "eu" lírico.

10. (Ufv) Sobre o Arcadismo no Brasil, podemos afirmar que:
a) produziu obras de estilo rebuscado, pleno de antíteses e frases tortuosas, que refletem o conflito entre matéria e espírito.
b) não apresentou novidades, sendo mera imitação do que se fazia na Europa.
c) além das características européias, desenvolveu temas ligados à realidade brasileira, sendo importante para o desenvolvimento de uma literatura nacional.
d) apresenta já completa ruptura com a literatura européia, podendo ser considerado a primeira fase verdadeiramente nacionalista da literatura brasileira.
e) presente sobretudo em obras de autores mineiros como Tomás Antônio Gonzaga, Cláudio Manuel da Costa e Basílio da Gama, caracteriza-se como expressão da angústia metafísica e religiosa desses poetas, divididos entre a busca da salvação e o gozo material da vida.

11. (Ufv) Considere as afirmações a respeito do Arcadismo brasileiro. Todas as alternativas estão corretas, EXCETO:
a) Foi o movimento literário que se desenvolveu no século XVIII, quando o "saber" assumiu uma importância fundamental.
b) Confirmou um dos princípios ideológicos do Iluminismo, por uma forte preocupação com a ciência e com o raciocínio.
c) Sob o ponto de vista literário reagiu contra o Barroco, retomando a simplicidade e o bucolismo dos clássicos.
d) Empreendeu uma minuciosa análise do personagem, revelando-nos claramente os traços de seu corpo e de sua alma.
e) Vivenciou uma expressiva transformação social, sendo fortemente marcado pelos ideais político-filosóficos do enciclopedismo francês.

Respostas- CLASSICISMO - Luís Vaz de Camões - UNESP, FUVEST, UNICAMP


Respostas- CLASSICISMO - Luís Vaz de Camões - UNESP, FUVEST, UNICAMP


GABARITO

1. a) Trata-se do "maravilhoso pagão", pois há presença de figuras mitológicas.

b) "Netuno mora e moram as jucundas Nereidas e outros Deuses do mar, onde".

2. a) No poema de Manuel Bandeira há presença dos versos brancos com movimentos ondulatórios nele desenhados pelos versos, e ritmo independente  marcado pela paronomásia (jogo de palavras: onda, anda, onde)

b) O tema dos dois poemas centra-se na ONDA. Em "Os Lusíadas", a reiteração se faz pelos termos: fundo profundas, onde, esconde, donde. Em Manuel Bandeira, os sons de onda permeiam todo o poema; com exceção do artigo A.

3. a) A antítese centra-se na relação entre os "bons" e os "maus". Os desdobramentos da antítese são a punição e a recompensa, que se dá da seguinte forma: aqueles que merecem recompensa são punidos; aqueles que merecem punição são premiados. É por isso que, segundo o poeta, o mundo está "desconcertado".

b) O poema é composto de uma só estrofe com dez versos. As rimas estão dispostas de forma alternadas e justapostas: abb aab; cdd cdc. Em relação ao valor são rimas pobres (eufonia entre palavras da mesma classe gramatical) e ricas (classe gramatical diferentes).

4. a) Camões utiliza-se do "vilancete", cuja modalidade poética inicia-se por um mote (assunto) e glosa (desenvolvimento do assunto propostos)

b) O soneto é a forma de "medida nova" usada por Camões. Entre outras formas, há: elegia, oitavas, ode, sextina...

5. a) Preferência pelo soneto petrarquista com rimas e versos decassílabos.
b) Camões omite que Jacó casou-se com raquel e depois com Lia.

6. a) Decassílabo.
b) A viagem de Vasco da Gama às Índias.

7. Camões entende que os feitos dos portugueses são mais grandiosos, por isso pede que cessem de cantar os feitos dos antigos.

8. a) Camões
b) "Amor é fogo que arde sem se ver"

9. a) Camões: Classicismo
    Pessoa: Modernismo
b) Prosopopéia ou personificação.

10. a) O narrador do episódio em questão é Vasco da Gama, o herói do poema, que, em dada altura da fábula, assume a função de personagem-narrador.
A fala do Velho do Restelo integra uma unidade narrativa maior em Os Lusíadas, que ocupa os cantos III, IV e V. Nela, Vasco da Gama conta ao rei de Melinde toda a história de Portugal, desde as origens do povo lusitano até a viagem de descoberta do caminho marítimo para as Índias, levada a efeito pelo herói do poema.
A fala do Velho do Restelo, por sua vez, é o desfecho do episódio conhecido como Partida das Naus, em que Vasco da Gama narra como deixou a Torre de Belém, porto do rio Tejo em Lisboa. No relato de sua partida, o capitão da armada rememora a despedida, cujo clima é de lamento e incerteza.
Dentre as pessoas que se manifestaram verbalmente na despedida, Vasco da Gama ficou particularmente sensibilizado pelo discurso do Velho, a ponto de o reconstituir com unidade retórico-discursiva ao rei de Melinde.

b) Vasco da Gama representa o ideal expansionista do Império Lusitano, que implica a dilatação da fé cristã e do comércio ocidental. Como herói do poema, encarna as convicções da persona épica, isto é, do narrador principal da epopéia, que, como manifestação do gênero épico, exalta o assunto da narrativa. Mais precisamente, Vasco da Gama encarna o projeto político da Dinastia de Avis, que, adepta das novidades do Renascimento, aplica as conquistas da ciência à difusão do comércio.
O Velho do Restelo, como personagem alegórica, representa o ponto de vista contrário à expansão do Império Lusitano, por considerá-la resultado do desejo de poder pelo poder. O Velho pode ser entendido, também, como manifestação do ideal da Dinastia de Borgonha, que se fundava na ordem feudal e a conseqüente preferência pela economia agrária em desfavor do mercantilismo ascendente.

11. Aproximam-se pelo tema do amor e pela utilização de anáforas.
Distanciam-se pela métrica (versos decassílabos em Camões e livres em Andresen) e pela forma de tratar o amor (em Camões o amor é impessoal, e em Andresen é pessoal).

12. a) O verbo "alongar" associa-se a cansaço da vida. O "encurtar" relaciona-se à proximidade da morte.

b) Há no primeiro verso da segunda estrofe uma oposição entre "gastando" e "cresce". Quanto mais a idade avança, o poeta aproxima-se do fim da vida.

c) O pronome "ele" refere-se ao vocábulo "bem".

13. a) Porque tinha medo de morrer e não concluir a construção do Convento de Mafra.
b) D. João V
c) Para Saramago "velho" é sinal de incapacidade para o trabalho. Em Camões o "velho" é a experiência.

14. João Guimarães Rosa - Grande Sertão: Veredas
Fernando Pessoa - Cancioneiro



15. [E]

16. [B]

17. [D]

18. [D]

19. [E]

20. [B]

21. [B]

22. [A]

23. [B]

24. [E]

25. [E]

26. [A]

27. [B]

28. [B]

29. [D]

30. [E]

31. [A]

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

CLASSICISMO - Luís Vaz de Camões - UNESP, FUVEST, UNICAMP

As respostas serão comentadas em sala de aula




1. (Unesp) O poema épico de Camões, entre outros ingredientes da epopeia clássica, apresenta o chamado 'maravilhoso', que consiste na intervenção de seres sobrenaturais nas ações narradas. Quando tais seres pertencem ao universo da Mitologia Clássica, diz-se 'maravilhoso pagão'; quando pertencem ao universo do Cristianismo, diz-se 'maravilhoso cristão'. Com base nesta informação,

a) identifique o tipo de 'maravilhoso' presente na oitava de OS LUSÍADAS;

b) comprove sua resposta com exemplos da própria estrofe.


TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.

(Unesp) A(s) questão(ões) seguintes tomam por base a oitava estrofe do Canto VI de OS LUSÍADAS, de Luís de Camões (1524?-1580), e o poema A ONDA, de Manuel Bandeira (1886-1968).

OS LUSÍADAS, VI, 8

No mais interno fundo das profundas
Cavernas altas, onde o mar se esconde,
Lá donde as ondas saem furibundas,
Quando às iras do vento o mar responde,
Netuno mora e moram as jucundas
Nereidas e outros Deuses do mar, onde
As águas campo deixam às cidades
Que habitam estas úmidas Deidades.
(in: CAMÕES, Luís de. OS LUSÍADAS. Lisboa: Imprensa Nacional, 1971. p.195.)

A  O N D A

  a onda anda
   aonde anda
         a onda?
 a onda ainda
    ainda onda
    ainda anda
          aonde?
        aonde?
a onda a onda
(in: BANDEIRA, Manuel. ESTRELA DA VIDA INTEIRA. Rio de Janeiro: Livraria José Olympio Editora, 1966. p.286.)

2. Os dois textos apresentados, separados no tempo por quase quatrocentos anos (a primeira edição de OS LUSÍADAS é de 1572), revelam características formais típicas de suas respectivas épocas, mas não deixam de apresentar traços em comum. Releia-os com atenção e:

a) mencione duas características formais típicas da modernidade que se observam no poema A ONDA;

b) aponte um procedimento rítmico presente na estrofe de OS LUSÍADAS que é também empregado no poema de Manuel Bandeira.


TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.
(Ufscar) Os bons vi sempre passar
No Mundo graves tormentos;
E pera mais me espantar
Os maus vi sempre nadar
Em mar de contentamentos.
Cuidando alcançar assim
O bem tão mal ordenado,
Fui mau, mas fui castigado,
Assim que só pera mim
Anda o Mundo concertado.
            (Luís de Camões: Ao desconcerto do Mundo. In: RIMAS. OBRA COMPLETA. Rio de Janeiro: Aguilar Editora, 1963, p.475-6.)

3. Este curto poema de Camões compõe-se de partes correspondentes ao destaque dado às personagens (o eu poemático e os outros). Quanto ao significado, o poema baseia-se em antíteses desdobradas, de tal maneira trançadas que parecem refletir o "desconcerto do mundo". Posto isso,

a) identifique a antítese básica do poema e mostre os seus desdobramentos.

b) Explique a composição do texto com base nas rimas.

4. O poema está composto com versos de sete sílabas e na forma conhecida como "esparsa" que, junto com outras, constituía o estoque de formas medievais que muitos poetas clássicos de Portugal, dentre os quais Camões, continuaram usando no século XVI e que se denominavam de "medida velha". Além dessas formas, Camões usou as italianizantes ou clássicas, que se denominavam de "medida nova".

a) Cite outra forma de "medida velha" usada por Camões.

b) Cite duas formas de "medida nova".

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unesp) JACÓ ENCONTRA-SE COM RAQUEL
            Depois disse Labão a Jacó: Acaso, por seres meu parente, irás servir-me de graça?  Dize-me, qual será o teu salário? Ora Labão tinha duas filhas: Lia, a mais velha, e Raquel, a mais moça. Lia tinha olhos baços, porém Raquel era formosa de porte e de semblante. Jacó amava a Raquel, e disse: Sete anos te servirei por tua filha mais moça, Raquel. Respondeu Labão: Melhor é que eu te dê, em vez de dá-la a outro homem; fica, pois, comigo.
            Assim, por amor a Raquel, serviu Jacó sete anos; e estes lhe pareceram como poucos dias, pelo muito que a amava. Disse Jacó a Labão: Dá-me minha mulher, pois já venceu o prazo, para que me case com ela. Reuniu, pois, Labão todos os homens do lugar, e deu um banquete. À noite, conduziu a Lia, sua filha, e a entregou a Jacó. E coabitaram. (...) Ao amanhecer, viu que era Lia, por isso disse Jacó a Labão: Que é isso que me fizeste? Não te servi por amor a Raquel?  Por que, pois, me enganaste? Respondeu Labão: Não se faz assim em nossa terra, dar-se a mais nova antes da primogênita. Decorrida a semana desta, dar-te-emos também a outra, pelo trabalho de mais sete anos que ainda me servirás.
            Concordou Jacó, e se passou a semana desta; então Labão lhe deu por mulher Raquel, sua filha. (...) E coabitaram. Mas Jacó amava mais a Raquel do que a Lia; e continuou servindo a Labão por outros sete anos.
(Gênesis, 29,15-30) BÍBLIA SAGRADA (Trad. João Ferreira de Almeida.) Rio de Janeiro: Sociedade Bíblica do Brasil, 1962.

SONETO 88

Sete anos de pastor Jacó servia
Labão, pai de Raquel, serrana bela;
Mas não servia ao pai, servia a ela,
Que a ela só por prêmio pretendia.

Os dias, na esperança de um só dia,
Passava, contentando-se com vê-la;
Porém o pai, usando de cautela,
Em lugar de Raquel lhe dava Lia.

Vendo o triste pastor que com enganos
Lhe fora assi[m] negada a sua pastora,
Como se a não tivera merecida,

Começa de servir outros sete anos,
Dizendo: -Mais servira, se não fora
Pera tão longo amor tão curta a vida!
CAMÕES. OBRA COMPLETA. Rio de Janeiro: Aguilar, 1963, p. 298.

5. O racionalismo é uma das características mais freqüentes da literatura clássica portuguesa. A logicidade do pensamento quinhentista repercutiu no rigor formal de seus escritores, e no culto à expressão das "verdades eternas", sem que isto implicasse tolhimento da liberdade imaginativa e poética. Com base nestas observações, releia os dois textos apresentados e;
a) aponte um procedimento literário de Camões que comprove o rigor formal do classicismo;
b) indique o dado da passagem bíblica que, por ter sido omitido por Camões, revela a prática da liberdade poética e confere maior carga sentimental ao seu modo de focalizar o mesmo episódio.

TEXTO PARA AS PRÓXIMAS 2 QUESTÕES.(Unesp)
Cessem do sábio Grego e do Troiano
As navegações grandes que fizeram;
Cale-se de Alexandre e de Trajano
A fama das vitórias que tiveram;
Que eu canto o peito ilustre Lusitano,
A quem Neptuno e Marte obedeceram.
Cesse tudo o que a Musa antiga canta,
Que outro valor mais alto se alevanta.

6. A oitava anterior constitui a terceira estrofe de OS LUSÍADAS, de Luís de Camões, poema épico publicado em 1572, obra máxima do Classicismo português. O tipo de verso que Camões empregou é de origem italiana e fora introduzido na Literatura Portuguesa algumas décadas antes, por Sá de Miranda. Quanto ao conteúdo, o poema OS LUSÍADAS toma como ponto de referência um episódio da História de Portugal. Baseado nestes comentários e em seus próprios conhecimentos, releia a estrofe citada e indique:
a) o tipo de verso utilizado (pode mencionar simplesmente o número de sílabas métricas);
b) o episódio da História de Portugal que serve de núcleo narrativo ao poema.

7. Uma leitura atenta da estrofe citada revela que o conteúdo dos primeiros seis versos é retomado e sintetizado nos últimos dois versos. Interprete a estrofe de acordo com esta observação.

8. (Fuvest) Os paradoxos do sentimento amoroso constituem um dos temas favoritos de sua poesia lírica, exercitada sobretudo nos sonetos.
a) De que poeta se trata?
b) Indique um texto do poeta em que este sentimento contraditório se manifesta.

9. (Fuvest) 
I.
"Eis aqui se descobre a nobre Espanha,
Como cabeça ali de Europa toda"

II.
"Eis aqui quase cume da cabeça
De Europa toda, o reino Lusitano,
Onde a terra se acaba e o mar começa"

III.
"A Europa jaz, posta nos cotovelos:
De Oriente a Ocidente jaz fitando,
E toldam-lhe românticos cabelos
Olhos gregos lembrando.

O cotovelo esquerdo é recuado,
O direito é em ângulo disposto
Aquele diz Itália onde é pousado;
Este diz Inglaterra, onde afastado,
A mão sustenta, em que se apóia o rosto.

Fita com olhar sphyngico e fatal.
O Ocidente futuro do passado.

O rosto com que fita é Portugal."

Os textos I e II iniciam respectivamente as estâncias 17 e 20 do canto III d' "Os Lusíadas", de Luís Vaz de Camões, e o texto III é um poema do livro Mensagem, de Fernando Pessoa.
a) A que movimento literário pertence cada um dos autores?
b) De que recurso comum aos dois textos se valem os autores para elaborar a descrição da Europa?

10. (Fuvest) Responda às seguintes questões sobre "Os Lusíadas", de Camões:

a) Identifique o narrador do episódio no qual está inserida a fala do Velho do Restelo.

b) Compare, resumidamente, os principais valores que esse narrador representa, no conjunto de "Os Lusíadas", aos valores defendidos pelo Velho do Restelo, em sua fala.

11. (Unicamp) "Amor é fogo que arde sem se ver;
É ferida que dói e não se sente
É um contentamento descontente;
É dor que desatina sem doer;"
            (Lírica de Camões, seleção, prefácio e Notas de MASSAUD MOISÉS, S. P., Ed. Cultrix, 1963)

"Terror de te amar num sítio tão frágil como o mundo.

Mal de te amar neste lugar de imperfeição
Onde tudo nos quebra e emudece
Onde tudo nos mente e nos separa."
            (SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN, "Terror de te amar", em Antologia Poética)

Dos dois textos transcritos, o primeiro é de Luís Vaz de Camões (século XVI) e o segundo, de Sophia de Mello Breyner Andresen (século XX). Compare-os, discutindo, através de critérios formais e temáticos, aspectos em que ambos se aproximam e apectos em que ambos se distanciam um do outro.

12. (Unicamp) Leia o seguinte soneto de Camões:

Oh! Como se me alonga, de ano em ano,
a peregrinação cansada minha.
Como se encurta, e como ao fim caminha
este meu breve e vão discurso humano.

Vai-se gastando a idade e cresce o dano;
perde-se-me um remédio, que inda tinha.
Se por experiência se adivinha,
qualquer grande esperança é grande engano.

Corro após este bem que não se alcança;
no meio do caminho me falece,
mil vezes caio, e perco a confiança.

Quando ele foge, eu tardo; e, na tardança,
se os olhos ergo a ver se inda parece,
da vista se me perde e da esperança.

a) Na primeira estrofe, há uma contraposição expressa pelos verbos "alongar" e "encurtar". A qual deles está associado o cansaço da vida e qual deles se associa à proximidade da morte?

b) Por que se pode afirmar que existe também uma contraposição no interior do primeiro verso da segunda estrofe?

c) A que termo se refere o pronome "ele" da última estrofe?

13. (Unicamp) "Mas um velho, de aspecto venerando,
(...)
A voz pesada um pouco alevantando,
(...)
Tais palavras tirou do experto* peito:
 - Ó glória de mandar, ó vã cobiça.
Desta vaidade a quem chamamos Fama.
Ó Fraudulento gosto, que se atiça
Cua aura popular, que honra se chama."
            (Camões, OS LUSÍADAS, canto IV)

"... e então uma grande voz se levanta, é um labrego** de tanta idade já que o não quiseram, e grita subido a um valado***, que é púlpito dos rústicos. Ó glória de mandar, ó vã cobiça, ó rei infame, ó pátria sem justiça, e tendo assim clamado, veio dar-lhe o quadrilheiro uma cacetada na cabeça, que ali mesmo o deixou por morto."
            (José Saramago, MEMORIAL DO CONVENTO, p.293)
*experto - que tem experiência
**labrego - indivíduo grosseiro, rude, tosco (...)
***valado - elevação de terra que limita propriedade rústica
            (Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa)

Confrontando os fragmentos anteriores,  percebe-se que MEMORIAL DO CONVENTO dialoga com os clássicos. O episódio do Velho do Restelo, do Canto IV de OS LUSÍADAS, refere-se ao engajamento voluntário dos portugueses na grande empresa que foi a descoberta de novos mundos. Já no MEMORIAL DO CONVENTO, entretanto, o recrutamento para Mafra deu-se, em geral, à força.
a) Cite ao menos uma razão que levou "o rei infame" de MEMORIAL DO CONVENTO a tornar obrigatório o engajamento de todos os operários do reino, quaisquer que fossem suas profissões.
b) Quem era esse "rei infame" a que se refere o trecho citado e em que século essa ação do romance se passa?
c) Aponte, no trecho, ao menos uma passagem que indique a irreverência de Saramago em relação ao texto de Luís de Camões.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Unesp) LÍNGUA PORTUGUESA
                                   Olavo Bilac

Última flor do Lácio, inculta e bela
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela...

Amo-te assim desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!

Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,

Em que da voz materna ouvi: "meu filho!"
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
                                                           em TARDE (1919)

                                               LÍNGUA
            Caetano Veloso (a Violeta Gervaiseau)

Gosto de sentir a minha língua roçar
A língua de Luís de Camões.
Gosto de ser e de estar
E quero me dedicar
A criar confusões de prosódia
E uma profusão de paródias
Que encurtem dores
E furtem cores como camaleões.
Gosto do Pessoa na pessoa
Da rosa no Rosa,
E sei que a poesia está para a prosa
Assim como o amor está para a amizade.
E quem há de negar que esta lhe é superior?
E deixa os portugais morrerem à míngua,
"Minha pátria é minha língua"
- Fala Mangueira!
Flor do Lácio Sambódromo
Lusamérica latim em pó
O que quer
O que pode
Esta língua?
                                                            em VELÔ (1984)

14. Além de Luís de Camões, que aparece mencionado nos dois textos, o poema de Caetano menciona outros dois escritores. Cite pelo menos uma obra importante de cada um destes dois literatos.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Pucsp) I - Um mover de olhos, brando e piedoso,
    sem ver de quê; um riso brando e honesto,
    quase forçado; um doce e humilde gesto,
    de qualquer alegria duvidoso;
    (...)
    esta foi a celeste formosura
    da minha Circe, e o mágico veneno
    que pôde transformar meu pensamento.
                                               (Luis de Camões)

II - Uma noite, eu me lembro... Ela dormia
     Numa rede encostada molemente...
     Quase aberto o roupão... solto o cabelo
     E o pé descalço do tapete rente.
                                               (Castro Alves)

III - Um dia ela veio para rede,
      se enroscou nos meus braços,
      me deu um abraço,
      me deu as maminhas
      que eram só minhas.
      A rede virou,
      O mundo afundou.
                                   (Carlos Drummond de Andrade)

15. Os três fragmentos tratam do mesmo tema, ou seja, a figura feminina. Tendo em vista essa temática, assinale a alternativa INCORRETA.
a) O fragmento I trata a figura feminina de maneira idealizada, transfigurada, divinizada, tornando a relação amorosa impossível.
b) O fragmento II trata a figura feminina de maneira humana, carnal, sensual, tornando a relação amorosa possível.
c) O fragmento III trata a figura feminina de maneira humana, carnal, sensual, tornando a relação amorosa materializada.
d) Os três fragmentos representam, respectivamente, a figura feminina em concepções diferenciadas, ou seja, clássica, romântica e moderna.
e) Os três fragmentos, ao retratarem a figura feminina, desviam-se dos princípios literários românticos e modernos.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO
(Fuvest-gv) "Busque Amor novas artes, novo engenho
para matar-me, e novas esquivanças;
que não pode tirar-me as esperanças
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho!
vede que perigosas seguranças:
que não temo contrastes nem mudanças
andando em bravo mar perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde
Amor um mal, que mata e não se vê;

que dias há que na alma me tem posto
um não sei quê, que nasce não sei onde
vem não sei como e dói não sei porquê."

16. Relido o poema de dois quartetos e dois tercetos com versos decassílabos heróicos e esquema rimático abba - abba - cde - cde, e considerada a elaboração estética da linguagem com que é tratado o tema, assinalar a alternativa que nomeia que tipo de poema é, o seu autor e o movimento literário em que este se enquadra:
a) redondilha Gil Vicente - Humanismo
b) soneto - Camões - Classicismo
c) soneto - Gregório de Matos - Barroco
d) lira - Cláudio Manuel da Costa - Arcadismo
e) lira - Camões - Maneirismo

17. (Fuvest) Na LÍRICA de Camões,
a) o metro usado para a composição dos sonetos é a redondilha maior.
b) encontram-se sonetos, odes, sátiras e autos.
c) cantar a Pátria é o centro das preocupações.
d) encontra-se uma fonte de inspiração de muitos poetas brasileiros do século XX.
e) a Mulher é vista em seus aspectos físicos, despojada de espiritualidade.

18. (Fuvest)      "Amor é um fogo que arde sem se ver,
            É ferida que dói e não se sente;
            É um contentamento descontente,
            É dor que desatina sem doer."

De poeta muito conhecido, esta é a primeira estrofe de um poema que parece comprazer-se com o paradoxo, enfeixando sensações contraditórias do sentimento humano, se examinadas sob o prisma da razão.
Indique, na relação a seguir, o nome do autor.
a) Bocage.
b) Camilo Pessanha.
c) Gil Vicente.
d) Luís de Camões.
e) Manuel Bandeira.

19. (Fuvest) Considere as seguintes afirmações sobre a fala do Velho do Restelo, em "Os Lusíadas":

I. No seu teor de crítica às navegações e conquistas, encontra-se refletida e sintetizada a experiência das perdas que causaram, experiência esta já acumulada na época em que o poema foi escrito.
lI. As críticas aí dirigidas às grandes navegações e às conquistas são relativizadas pelo pouco crédito atribuído a seu emissor, já velho e com um "saber só de experiências feito".
III. A condenação enfática que aí se faz à empresa das navegações e conquistas revela que Camões teve duas atitudes em relação a ela: tanto criticou o feito quanto o exaltou.

Está correto apenas o que afirma em
a) I.
b) II.
c) III.
d) I e II.
e) I e III.

20. (Fuvest) Em "Os Lusíadas", as falas de Inês de Castro e do Velho do Restelo têm em comum
a) a ausência de elementos de mitologia da Antigüidade clássica.
b) a presença de recursos expressivos de natureza oratória.
c) a manifestação de apego a Portugal, cujo território essas personagens se recusavam a abandonar.
d) a condenação enfática do heroísmo guerreiro e conquistador.
e) o emprego de uma linguagem simples e direta, que se contrapõe à solenidade do poema épico.

21. (Mackenzie) Texto1:
"Sôbolos rios que vão
Por Babilônia, me achei,
Onde sentado chorei
as lembranças de Sião
E quanto nela passei."

Texto 2:

"Enquanto quis Fortuna que tivesse
Esperança de algum contentamento,
O gosto de um suave pensamento
Me fez que seus efeitos escrevesse.

Porém, temendo Amor que aviso desse
Minha escritura a algum juízo isento
Escureceu-me o engenho ao tormento,
Para que seus enganos não dissesse.

Ó vós que Amor obriga a ser sujeitos
A diversas vontades! Quando lerdes
Num breve livro casos tão diversos,

Verdades puras são e não defeitos.
E sabei que, segundo o amor tiverdes,
Tereis o entendimento de meus versos."

Sobre os textos acima, é correto afirmar que:
a) o primeiro faz parte de uma cantiga trovadoresca.
b) ambos pertencem à obra de Camões, sendo o primeiro um exemplo de medida velha e o segundo, de medida nova.
c) o primeiro foi extraído de um auto vicentino e o segundo, de um autor barroco.
d) pertencem ao Cancioneiro Geral de Garcia de Resende.
e) têm aspectos evidentemente barrocos, fazendo parte, portanto, da lírica de Gregório de Matos.

22. (Mackenzie) Na passagem da Idade Média para o Renascimento, dois escritores portugueses se destacaram, por apresentar características que já previam uma nova tendência filosófica e artística.
Trata-se de:
a) Fernão Lopes e Gil Vicente.
b) Camões e Bocage.
c) D. Dinis e Paio Soares de Taveirós.
d) Pe. Vieira e Gregório de Matos.
e) Garcia de Resende e Aires Teles.

23. (Mackenzie) O tom pessimista apresentado por Camões no epílogo de "Os Lusíadas" aparece em outro momento do poema. Isso acontece no episódio:
a) do Gigante Adamastor.
b) do Velho do Restelo.
c) de Inês de Castro.
d) dos Doze de Inglaterra.
e) do Concílio dos Deuses.

24. (Mackenzie) Põe-me onde se use toda a feridade,
Entre leões e tigres, e verei
Se neles achar posso a piedade
Que entre peitos humanos não achei.
Ali, co'o amor intrínseco e vontade
Naquele por quem morro, criarei
Estas relíquias suas, que aqui viste,
Que refrigério sejam da mãe triste.

O trecho evidencia características:
a) da poesia trovadoresca.
b) do Barroco português.
c) de um auto vicentino.
d) da poesia lírica de Antero de Quental.
e) da poesia épica camoniana.

25. (Mackenzie) Sobre OS LUSÍADAS, é INCORRETO afirmar que:
a) é dividido em cinco partes e dez cantos.
b) o Canto I contém a introdução, a invocação, a dedicatória e o início da narrativa.
c) a pedido do rei de Melinde, Vasco da Gama conta partes da história de Portugal.
d) os deuses reúnem-se no Olimpo para decidir a sorte dos portugueses.
e) no Canto X, a fala do Velho de Restelo acusa os portugueses de vaidade e cobiça excessivas.

26. (Pucsp) Tu só, tu, puro amor, com força crua
Que os corações humanos tanto obriga,
Deste causa à molesta morte sua,
Como se fora pérfida inimiga.
Se dizem, fero Amor, que a sede tua
Nem com lágrimas tristes se mitiga,
É porque queres, áspero e tirano,
Tuas aras banhar em sangue humano.

Estavas, linda Inês, posta em sossego,
De teus anos colhendo doce fruito,
Naquele engano da alma ledo e cego,
Que a fortuna não deixa durar muito,
Nos saudosos campos do Mondego,
De teus fermosos olhos nunca enxuito,
Aos montes ensinando e às ervinhas,
O nome que no peito escrito tinhas.

"Os Lusíadas", obra de Camões, exemplificam o gênero épico na poesia portuguesa, entretanto oferecem momentos em que o lirismo se expande, humanizando os versos. O episódio de Inês de Castro, do qual o trecho acima faz parte, é considerado o ponto alto do lirismo camoniano inserido em sua narrativa épica. Desse episódio, como um todo, pode afirmar-se que seu núcleo central
a) personifica e exalta o Amor, mais forte que as conveniências e causa da tragédia de Inês.
b) celebra os amores secretos de Inês e de D. Pedro e o casamento solene e festivo de ambos.
c) tem como tema básico a vida simples de Inês de Castro, legítima herdeira do trono de Portugal.
d) retrata a beleza de Inês, posta em sossego, ensinando aos montes o nome que no peito escrito tinha.
e) relata em versos livres a paixão de Inês pela natureza e pelos filhos e sua elevação ao trono português.

27. (Uel) À curiosidade geográfica e humana e ao desejo de conquista e domínio corresponde, inicialmente, o deslumbramento diante da paisagem exótica e exuberante da terra recém-descoberta, testemunhado pelos cronistas portugueses
a) Gonçalves de Magalhães e José de Anchieta.
b) Pero de Magalhães Gândavo e Gabriel Soares de Sousa.
c) Botelho de Oliveira e José de Anchieta.
d) Gabriel Soares de Sousa e Gonçalves de Magalhães.
e) Botelho de Oliveira e Pero de Magalhães Gândavo.

28. (Uflavras) Todas as alternativas são corretas sobre o Padre José de Anchieta, EXCETO:
a) Foi o mais importante jesuíta em atividade no Brasil do século XVI.
b) Foi o grande orador sacro da língua portuguesa, com seus sermões barrocos.
c) Estudou o tupi-guarani, escrevendo uma cartilha sobre a gramática da língua dos nativos.
d) Escreveu tanto uma literatura de caráter informativo como de caráter pedagógico.
e) Suas peças apresentam sempre o duelo entre anjos e diabos.

29. (Ufrs) Leia o soneto abaixo, de Luís de Camões.

Um mover de olhos, brando e piedoso,
sem ver de quê; um riso brando e honesto,
quase forçado, um doce e humilde gesto,
de qualquer alegria duvidoso;

um despejo quieto e vergonhoso;
um desejo gravíssimo e modesto;
um pura bondade manifesto
indício da alma, limpo e gracioso;

um encolhido ousar, uma brandura;
um medo sem ter culpa, um ar sereno;
um longo e obediente sofrimento:

 Esta foi a celeste formosura
da minha Circe, e o mágico veneno
que pôde transformar meu pensamento.

Em relação ao poema acima, considere as seguintes afirmações.
I- O poeta elabora um modelo de mulher perfeita e superior, idealizando a figura feminina.
II- O poeta não se deixa seduzir pela beleza feminina, assumindo uma atitude de insensibilidade.
III- O poeta sugere o desejo erótico ao referir a figura mitológica de Circe.

Quais estão corretas?
a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas I e III.
e) I, II e III.

30. (Unesp) Leia as estrofes seguintes e assinale a alternativa INCORRETA:

"Mas um velho, de aspeito venerando,
Que ficava nas praias, entre a gente,
Postos em nós os olhos, meneando
Três vezes a cabeça, descontente,
A voz pesada um pouco alevantando,
Que nós no mar ouvimos claramente,
Com saber só de experiências feito,

Tais palavras tirou do esperto peito:
"Ó glória de mandar, ó vã cobiça
Desta vaidade, a quem chamamos Fama!
Ó fraudulento gosto, que se atiça
Com a aura popular, que honra se chama!
Que castigo tamanho e que justiça
Fazes no peito vão que muito te ama!
Que mortes, que perigos, que tormentas,
Que crueldades neles exprimentas!"
                        (Camões)

"Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão resaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!"
                        (Fernando Pessoa)

a) Através do tema tratado nas estrofes citadas, podemos dizer que as mesmas pertencem a dois grandes poemas épicos da Literatura Portuguesa: OS LUSÍADAS e MENSAGEM.
b) Nessas estrofes, os dois poemas relacionam-se ao mencionarem aspectos negativos das expedições portuguesas.
c) No poema de Camões todas as estrofes apresentam oito versos em decassílabos heróicos; no poema de Pessoa não há a mesma regularidade.
d) Uma das estrofes d'OS LUSÍADAS revela a fala do Velho do Restelo criticando os sentimentos de glória e cobiça na empresa portuguesa.
e) Os dois poemas não podem ser relacionados porque, além de um ser épico e o outro lírico, um pertence ao Renascimento e o outro ao Modernismo.

31. (Fuvest) I.
''Entre brumas, ao longe, surge a aurora.
O hialino orvalho aos poucos se evapora,
            Agoniza o arrebol.
A catedral ebúrnea do meu sonho
Aparece, na paz do céu risonho,
            Toda branca de sol"
II.
"Quando em meu peito rebentar-se a fibra,
Que o espírito enlaça a dor vivente,
Não derramem por mim nem uma lágrima
            Em pálpebra demente."
III.
"Por um lado te vejo como um seio murcho
pelo outro como um ventre de cujo umbigo pende
                                   [ainda o cordão placentário.
És vermelha como o amor divino
Dentro de ti em pequenas pevides
Palpita a vida prodigiosa
Infinitamente."
IV.
"Transforma-se o amador na cousa amada,
Por virtude do muito imaginar;
Não tenho logo mais que desejar,
Pois em mim tenho a parte desejada."

Na ordem em que estão transcritos, os fragmentos se enquadram respectivamente nos seguintes movimentos literários:
a) I. Simbolismo, II. Romantismo, III. Modernismo, IV. Classicismo;
b) I. Modernismo, II. Simbolismo, III Classicismo, IV. Romantismo;
c) I. Romantismo, II. Modernismo, III. Simbolismo, IV. Classicismo;
d) I. Classicismo, II. Romantismo, III. Modernismo, IV. Simbolismo;
e) I. Simbolismo, II. Classicismo, III. Romantismo, IV. Modernismo.

Mais questões sobre os Lusíadas